Fim da Corrida
POR JÚLIO SAMPIETRO
Tanto as tartarugas quanto os coelhos disputam maratonas diferentes. Ambos têm seus objetivos e cada um deles resolve seus problemas de acordo com o propósito que lhes cabe.
O planeta onde habitamos é como a tartaruga. Moroso, camaralento, milimetricamente controlado em suas translações. Os homens se assemelham aos coelhos. Corredores, apressados, não medem consequências na maratona desenfreada e comprometedora. Querem seus objetivos com urgência.
Aquela minúscula semente, quando germinada, desenvolve todos os genes de suas entranhas desde a raiz até ao fruto culminante do seu invólucro. A árvore, uma vez adulta, tem seu “modus-vivendi” garantido por “Deus que lhes dá vida” a não ser que seja molestada pela poluição enxertada pelo homem.
Tal como a paciência e a pressa, ou a tartaruga e o coelho, os homens exercem suposta predominância sobre a natureza, alterando-a, comprometendo-a a aceitar transplantes forçados que lhe indiquem uma floração extemporânea. A pesquisa é válida, mas a ânsia de domínio leva a resultados negativos. Saibamos equilibrar matemática com física e química, prática com teoria, calma e pressa, força e crença, amor e razão... Assim, todos os lados estarão em igualdade de condições para exercer seus valores em harmonia.
Sigamos o exemplo das tartarugas que se comparam ao processo calmo e divino da natureza sem se identificar nelas como sendo um pátio de estacionamento. Sigamos o exemplo dos coelhos produtivos, criadores e úteis ao mundo, sem se identificar neles aqueles atletas em cuja maratona se deparam com uma faixa indicando precocemente, na metade da pista: Fim da Corrida!